Ele há sábados esquisitos

Ontem foi um dia em que a energia não abundou para estes lados. Nem para passear, nem para correr, nem para nada. Na noite anterior tinha ido até ao barco da Joana (sim, ela mora num barco num dos canais de Londres) e entre copos e gargalhadas lá cheguei a casa mais tarde do que o costume, o que fez com que ontem estivesse pronta para estar deitada o dia todo.

Ainda consegui fazer um brunch e comer na companhia do gato dos vizinhos, que adora vir para o nosso jardim, mas tive de me ir deitar novamente.

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Mais tarde, tempo para me encontrar com a Joana, e entre cervejas de raspberry e danças exóticas, acabámos por ir a um bar em Fulham, que mais parecia saído da série Made in Chelsea (uma mistura de reality show com soap opera aqui da zona). O sítio chama-se The Jam Tree, e será certamente um sítio para regressar, desde que sem as 500mil pessoas que estavam ontem.

Adorava ter mais mil e uma coisas para contar, mas de facto.. Ele há sábados esquisitos.

Ai, que já é domingo!

A dor de dentes tem continuado. E depois de me terem ligado do dentista na quinta antes de almoço a confirmar a consulta no dia seguinte, voltaram a ligar-me depois de almoço para desmarcar, e a pedirem para marcar para segunda de manhã. Fazer o que? Enfiar-me num dentista particular e largar 300 libras? Ir a um dentista qualquer do NHS e rezar para que me calhe um qualquer que não me arranque o dente? Ou tentar aguentar até segunda para ir à portuguesa? Bem, mesmo tendo ficado super chateada por me terem desmarcado, decidi aguentar e esperar.

Tem sido difícil a primavera assentar aqui, mas ontem já esteve um dia cheio de sol, mesmo com temperaturas abaixo de 15 graus, e consegui tomar o pequeno almoço no jardim.

Depois de dois dias a chegar a casa sempre pelas 23, ontem parecia que tinha sido atropelada por um camião (estou velha, eu sei, eu sei), e dei por mim a ficar deitada até depois das 2 da tarde. Nem estava bem a acreditar quando percebi que horas eram. Ainda estava a tempo de ir correr um bocadinho ao sol antes de ir passear e apanhar mais um bocadinho de sol a Holland Park.

O sol é bom, sabe bem, mas estes ingleses vêm um raio de sol e andam logo todos de calções, t-shirts, saias, tops e sandálias. Mesmo que com o sol estejam apenas 10 graus.

Já em casa, a dor de dentes voltou a atacar em força. Tanta força que me fez esquecer de escrever como tinha sido o meu sábado.

Ai, que já é domingo!

I took the day off!

A semana de trabalho foi lenta, demorou uma eternidade a passar, ao contrário do que aconteceu nas anteriores. Mas espero que a situação arrebite em breve, que isto de passar os dias a bocejar chateia-me.

E para ajudar à situação comecei a ter dor e dentes, no dente que só ficou meio arranjado antes de vir para Londres. A médica tinha dito que devia demorar uns 3 meses até precisar de ir ao dentista novamente, mas veio mais cedo, a dor. Andei à procura, à procura, e lá consegui arranjar um contacto de uma médica portuguesa, porque colocar os meus dentinhos nas mãos de dentistas ingleses está completamente fora de questão. O único senão, é que só tenho consulta na próxima sexta feira. Ao menos já tenho coisas para tomar, espero não falecer de dores até lá.

Entretanto ontem foi dia de jantar luso-brasileiro em casa de uma das meninas do trabalho. Saímos todos juntos, e fomos todos juntos às compras. Pasteis, pâté delicioso, cerveja, batida de pêssego com leite condensado, caipirinha, música e muito boa companhia! Para repetir, sem dúvida, para a próxima com uns petiscos portugueses. Saí de lá eram umas duas da manhã, e cheguei a casa às 4. Razão mais do que suficiente para hoje ter decidido que não iria fazer nada desta vida. Anda pensei em ir correr, mas como esteve a chover o dia quase todo, aproveitei apenas para dormir, estar deitada no sofá e pouco mais.

Ah! Hoje recebi o melhor elogio desde que cheguei aqui És tão Londres, Patrícia! Vê-se mesmo que não pertencias a Portugal! Fiquei contente, sim. Mas depois comecei a pensar. E hum... Sou de Portugal e do sol, e das temperaturas amenas que já estão lá. E tenho saudades do noobai com o Carlinhos e o Tiago, e tenho saudades do jardim da estrela, e do chiado com sol, e de sair sem casaco algum, e de beber uma cerveja sem ficar completamente gelada, tenho saudades das viagens para o Alentejo com as paisagens mais lindas entre o azul do céu e o amarelo do campo, tenho saudades de ir ao tarro ou à praça da república e tenho saudades de sentir o cheiro das chaminés da fábrica da Robinson.

Eu, que nunca fui saudosista, agora tenho saudades.

Com isto tudo, só quero que chegue domingo.

Saudades

Depois de duas semanas de muito frio, parece que a primavera está a querer aparecer, e melhor que isso... Está a querer ficar! Razão mais do que suficiente para voltar às corridas. Não sei se sou eu que estou a correr mais depressa, ou se as músicas de hoje eram muito longas, mas dei por mim a chegar ao estádio do Fulham em apenas duas músicas de MSTKRFT. Por isso, decidi ir quase até Putney Bridge. Fiquei quase a falecer, mas já estava a sentir falta de uma corridinha.

Ainda antes de almoço fui comprar coisas para o meu quarto, que estava um caos. Quando digo coisas, refiro-me a storage, porque tinha tudo espalhado em cima da secretária e da cama. Agora já vou tendo tudo arrumado e bonitinho, mas ainda faltam mas quantas coisas, para o quarto ficar completamente habitável.

Ainda de tarde fui ao Let's All Be Free Film Festival, muito por causa do trabalho, mas também porque achei que o tema era muito bom para um festival de curtas. Gostei mais das curtas de hoje do que das de ontem, mas tenho para mim que amanhã sim vai ser o melhor dia. Com refreshments e conversas à mistura, é sem dúvida uma experiência a repetir.

(Este festival de curtas partiu do projecto Let's All Be Free. Vale a pena ver em http://www.letsallbefree.com/ )

Depois de chegar a casa, e ainda com coisas por arrumar, decidi tratar do caderno das recordações. Comprei um caderno fofinho, e colei lá o que consegui trazer de Portugal quando vim para Londres em Fevereiro. Tenho lá algumas coisas, mas acho que deixei outras quantas em Portugal, não sei bem onde. Tenho no caderno bilhetes de concertos e festivais, postais e desejos de boa sorte, bilhetes de avião e convites de casamento, e claro... Fotos das pessoas mais lindas do mundo.

Acho que agora sim estou a começar a aprender o significado da palavra saudade. Acho que nunca tinha sentido saudades mesmo mesmo a sério. Mas a semana passada quando estava a ir apanhar o avião para regressar a Londres dei por mim a lembrar-me de quando os meus pais, o Carlinhos e o Tiago me foram levar ao aeroporto, e depois ter a minha irmã e o meu cunhado e sobrinho a despedirem-se de mim... Uuuuf! E ainda esta semana, tendo mudado de posição dentro da empresa, estava à procura de vídeos de viagens para um programa, e encontrei um vídeo que uns espanhóis fizeram sobre Lisboa, e dei por mim a chorar. No meio do trabalho. Saudades são isto?

E assim chega mais um domingo.

(à falta de um frigorífico - que tenho, mas que não vou encher com os meus ímans - , tenho um aquecedor)

(projecto do memory book parte 1)

(projecto do memory book parte 2)

(projecto do memory book parte 3)

(projecto do memory book parte 4)

(memory book)