Je suis arrivé au Luxembourg

Hoje de manhã, quando fui apanhar o avião, estava com medo de me ter esquecido do bilhete ou da minha identificação. Depois chegava ao aeroporto e lá teria de voltar para trás. Felizmente não aconteceu nada disso. Autocarro até Hammersmith, Picaddilly line até Heathrow Terminals 5 and 1,2,3. Antes de chegar ao meu terminal, um senhor entrou e perguntou-me como ia para a London Bridge. Se não estou enganada, tenho tido pessoas a pedirem-me indicações todos os fins de semana. Devo mesmo parecer inglesa.

O check in foi muito rápido, mas a passagem na segurança foi atribulada. Pela primeira vez fui revistada (e nem estava calçada) e pediram-me para abrir a minha mala. O que fez apitar a mala? Uns lápis de cera que tinha comprado para o meu sobrinho... Seriously?

O voo mal deu para me dar conta que estava a voar, ouvi cerca de 4 músicas, e quando dei por mim já estávamos a descer para o Luxemburgo.

À minha espera estava a mana, o cunhado e o badjeca mais fofo, que tinha um coelhinho da páscoa para me dar. Não me deu beijinhos nem ficou super feliz, mas fiquei eu.

Já em casa, o baby quis que fosse com ele brincar com as coisas que lhe tinha trazido: uma girafa de madeira que trazia um pincel e 3 cores diferentes para ele pintar como quisesse, e a tal caixa de lápis de cera, com animais no cimo.

De tarde fomos passear, aproveitar que estava um sol meio tapado. O Luxemburgo é bonito, mas não posso dizer o mesmo das pessoas. E portugueses? Há MESMO em todo o lado. E eu também sou facilmente reconhecível como portuguesa, ou não calçasse eu umas botas que só as portuguesas usam.

Amanhã é páscoa e vou ter saudades do borrego, das sopas de miúdos, dos pais e das avós, mas ao menos vou estar com parte da família, e sou capaz de visitar dois países numa tarde.

Com isto tudo, o sábado está a chegar ao fim.

Sm, eu sei que não é sábado, mas é Bank Holiday

Trabalhar em televisão e ter direito a feriados, fins de semana, e horários so called normais, são toda uma novidade para mim. Nada de trabalhar 14 horas por dia, nada de ter apenas 4 horas para descansar. Mesmo que sinta saudades das correrias e do stress que é fazer um grande formato, confesso que o ter de picar o ponto obrigatoriamente às 6pm para sair é coisa para me deixar animada. E passei a semana toda a pensar na bendita sexta feira que nunca mais chegava. Até que chegou.

Levantar cedo, para sair de casa no máximo às 10.30am. O metro em Hammersmith não estava nada cheio, e havia bastantes lugares livres. 3 paragens à frente a coisa já tinha mudado de figura. É engraçado ver com todo o ritmo de uma cidade muda quando chega um feriado ou se aproxima o fim de semana.

Picaddilly line, trocar em Holborn para central line e sair em Saint Paul's. Millenium Bridge até ao Tate, e finalmente a exposição do Roy Lichtenstein. Já andava há umas semanas para ir ver, mas só hoje é que foi o dia.

Antes da exposição, a loja do Tate. Pelamordedeus, que perdição... Comprava absolutamente tudo o que existe lá.

Depois da exposição, foi altura de ir ao cinema. Estava deserta de ver o novo filme do Danny Boyle, o Trance. O trailer deixava-me super intrigada e entusiasmada com este regresso. Na verdade, não desgostei do filme. Mas confesso que esperava outra coisa ali para o fim. Já para não dizer que a banda sonora (parte importantíssima de um filme de Danny Boyle) também não foi grande espingarda.

Bem sei que nem houve muitas actividades, mas sinto-me como se tivesse sido atropelada. Por isso faz de conta que já é sábado, e vou descansar, para amanhã ir apanhar o avião para ir ver o badjeca.

Hi, spring!

A primavera chegou esta semana. Dizem por aí, eu cá ainda nao vi nada. Tem estado muito frio, e hoje voltou a nevar. Na verdade, hoje só parou de nevar há umas duas horas.

As pessoas que sabem que sou de Portugal perguntam-me se não tenho saudades do tempo de lá, que é tão sunny e warm. Para dizer a verdade ainda não tenho saudades. Mas acho que é só porque ainda só estou cá nem há dois meses. Tenho a certeza que se isto continuar, depressa começo a ter vontade de deixar de usar casacos e cachecóis e luvas, e a desejar uma esplanadazinha com sol e cerveja. Para já, este tempo vai durar até para a semana que vem, depois logo se ve.

O mau tempo não me impediu de ir à rua, no entanto. Tinha coisas a tratar e ainda pensei em ir comprar um telemóvel como as pessoas, mas enfim. Não consegui. Tenho de ter pelo menos 3 meses de conta bancaria. Fiquei triste, sim senhora.

Para me alegrar, só o facto de ter comprado (FINALMENTE) o bilhete para ir ao Luxemburgo no fim de semana que vem, passar a páscoa com a mana e o babyyyyyy viiiiii! Estive ali quase quase a não conseguir ir mas plim! Vou aproveitar os bank holidays que vou ter na sexta feira santa e na segunda feira de páscoa.

Hoje não fiz mais nada, o frio deu-me para me enrolar no sofá e na minha manta, e até a sesta dormi, coisa que já não acontecia há algum tempo. Ainda estou à espera que comecem a ficar temperaturas acima dos 5 graus, para ter vontade de sair mais de casa, e para ir correr com mais regularidade. Por falar nisso, estou um bocado aborrecida porque hoje não fui correr, mas depois de ter passado a manhã debaixo de neve, fiquei sem vontade. E cheira-me que amanhã vai ser mais do mesmo. O que me vale é que tenho o frigorífico cheio de coisas saudáveis, caso contrário, seria de chocolate para cima.

Enquanto não é domingo, vou tentar ser saudável.

Lazy saturday

Gosto que as semanas de trabalho passem sem que demos conta. De repente, quando olhamos para a agenda, já é sexta feira. E planos para sábado? Pois, nenhuns.

Na sexta feira chegaram visitas de Portugal e do coração cá a casa. Decidimos ir jantar fora, e fomos a um mexicano (3a vez que vou lá num mês) no Soho.

Hoje as visitas já tinham os seus planos, e então fui ajeitar a minha vida: perder tempo no banco, para tratar do cartão que nunca chegou, ida ao sainsburys, conversa com os colegas de casa (para eles, faço lembrar a lúcia moniz. yet again ahah), e pensar muito bem se ia ou não correr.

Fui correr, claro. Não estava frio, apesar de estar um bocadinho de vento. Mas como tinha parado de chover e tinha aparecido o sol, achei que não podia desperdiçar a oportunidade.

Desta vez tinha o ipod carregado, e já me custou menos. Hoje corri até mais longe e tudo.

Next step: correr à chuva, com neve, com vento, com calor, com quaisquer que sejam as condições atmosféricas.

Enquanto estava a descansar, pensei que já era capaz de dormir até amanhã, mas no can do. Quis aproveitar as visitas, e combinámos ir beber um copo a qualquer lado. Ficou decidido.

E por mais que o sofá me dissesse para não ir, lá me levantei, e arranjei para ir ter com eles. Acabámos a noite em casa de outro conterrâneo, numa festa particular, onde a anfitriã teimou em nunca acertar o meu nome, e acabada de perguntar o nome pela 2a vez, decidiu escrever os nossos nomes no braço e quando me mostrou o meu... Tinha escrito georgia... Sem comentários!

E com isto tudo, é domingo.

Sábado dois

Hoje de manhã não acordei com muita pica, mas decidi que ia correr na mesma, aproveitar que não estava nem a chover, nem muito frio. Escolhi a banda sonora, preparei-me, e quando estou prestes a sair de casa, ponho os headphones, e quando vou ligar o ipod, puff. Não tinha bateria. Lucky me. Achei que era estúpido ir por o ipod a carregar e ir correr só depois, então fui assim mesmo, sem os crystal fighters. Não gostei muito de correr assim, confesso. Com música controlo melhor o que corro, e vou mais distraída, não ouço a minha falta de respiração, e tudo se torna mais fácil.

No caminho deu para ouvir as equipas de remo no thames, a treinar. Fiquei a pensar que seria um desporto que iria gostar. Mas primeiro teria de arranjar uns pulmões como deve ser. Ora se eu nem 10 minutos consigo correr de seguida, quanto mais por-me a remar.

Vejo coisas muito giras quando vou correr, desde pais que correm ao mesmo tempo que empurram um carrinho de bebé, a crianças a pular em poças de água para testar as galochas, a canitos que correm ao lado dos donos.

O meu próximo passo, para além de arranjar uns pulmões que me permitam correr qualquer coisa de jeito, será arranjar um cão que me faça companhia nas corridas.

Sim, acho que ia preferir um cão a correr comigo do que uma pessoa. Porque depois as pessoas falam, e bem... Se eu não consigo correr sozinha sem ficar a falecer dos pulmões, muito menos corro a conversar com alguém.

Depois da pequena corrida, fui ao supermercado. Assim mesmo, de fato de treino (não estando mesmo de fato de treino não se muito bem o que chamar à roupa com que se corre), comprar coisas para o pequeno almoço reforçado que iria tomar quando chegasse a casa. Gosto muito como todos os empregados de todos os supermercados são simpáticos, e nos perguntam sempre como estamos. São fofinhos.

Depois de um mega pequeno almoço e de um bocadinho de descanso, arranjei-me para ir à poundland de Hammersmith. Estas lojas são um sucesso por cá, tipo as nossas lojas dos 300 em Portugal, só que aqui compra-se de tudo. Chocolates, comida, bebida, detergentes, material escolar, produtos de higiene. Tudo por um pound. Ou menos. Comprei 7 itens e só paguei 5£, portanto fiz ali um bom negócio.

Entretanto a minha colega da record mandou-me mensagem. Vinha para os meus lados, beber café com um casal amigo, e perguntou se queria ir. Fui ter com eles a goldhawk road, mesmo aqui ao lado, e acabámos por ir beber café a um sítio bem giro, que se chama Hummingbird Café. É sítio para voltar, com toda a certeza.

Com isto tudo, já é quase domingo.

Fresh new start

Após umas semanas numa cidade nova, e depois de uma gorda me dizer que devia fazer renascer o meu blogue, decidi que devia era criar um blogue novo. Afinal de contas, este é um novo capítulo na minha vida.

A início achei ah, nem pensar, não tenho vontade nenhuma de escrever, nem tenho tempo nem paciência para isso. Até que chegou o dia de hoje.

Podia escrever aqui muitas coisas, sobre desde que cheguei até agora, de como foi procurar trabalho, de como foi tratar das coisas mais burocráticas, dos passeios que dei enquanto podia. Mas não. Foi o dia de hoje que me deu vontade de escrever, e foi o dia de hoje que me fez surgir na cabeça o nome que viria a dar ao blogue.

Hoje foi o primeiro dia que estive sozinha em Londres. Quer dizer, estavam pessoas aqui em casa, mas eu não tinha companhia. Tinha planos, no entanto. E como iria estar sozinha o dia todo, decidi que tinha de arranjar mais coisas para fazer, e decidi que vou ter de ter planos sempre, para não me sentir aborrecida.

Hoje acordei cedo para ir ao banco abrir a minha conta, mas antes disso decidi ir ao centro de saúde para me inscrever. Estas coisas das burocracias podem andar em círculos, e ora chutam para um lado, ora chutam para o outro. Então cheguei lá e bem... Anda não foi desta que me inscrevi, precisavam de uma carta do banco (porque não tenho proof of address) para me poderem inscrever. Acho que foi verdadeiramente a primeira vez que pensei mas que raio, ingleses chatos d'um raio!

Saí de lá e decidi que não ia de autocarro para casa, afinal de contas o dia estava bom, e achei que devia aproveitar.

No caminho para o banco, passei numa rua que se chama Lillie Road, e dei por mim a querer mandar mensagens ou ligar para o meu amigo Tiago, porque aquela rua era a cara dele, cheia de de lojas de antiguidades, e só o imaginava de um lado para o outro, todo empolgado (ainda não tenho um telefone como as pessoas).

A zona onde moro, Hammersmith, é boa, mesmo ao lado do rio, tem bons transportes, tem vida, tem lojas, restaurantes, cafés, supermercados, cabeleireiros, tem tudo. E como em qualquer zona de Londres, tudo muito multicultural. Fico muito curiosa quando vejo coisas a que não estou habituada, e por isso não resisti a passar em frente do restaurante Somali que há a caminho do banco, para tentar perceber se amanhã estariam abertos, mas tive azar, e estava fechado, sem qualquer indicação na porta de horários. Pode ser que amanhã tente a minha sorte novamente.

Já vi, em algumas ocasiões, um mercado em Hammersmith, com as coisas mais variadas de comida, incluindo uma tabanca de Portugal. E então hoje pensei aaah, como estou a ir ao banco, passo lá no mercado, e compro o almoço lá. Pois, ou não. Não havia mercado hoje, tenho de ver se descubro os dias certos.

Depois de aberta a conta no banco, e como ainda tinha tempo antes de ir cortar o cabelo que tinha marcado aqui ao pé de casa, achei que já merecia fazer umas comprinhas para mim, e fui encher-me de coisas na Primark, que aqui não tem um terço das pessoas que tem a do DoceTejo.

Enquanto estava às compras lembrei-me de todas as pessoas que tinham passado por mim de manhã a correr e então... Ganhei coragem, comprei uma roupinha para fazer exercício, e pensei é hoje que começas a correr!

Cabelo cortado, almoço, arrumar tudo o que tinha para arrumar, visto a roupinha nova, e saio de casa. Ainda era de dia, o sol brilhava, e não estava muito frio. O ipod já estava carregado, e quando começo a chegar ao Thames ponho a tocar um cd de Crystal Castles, and off I go.

Dizer que fui correr, para uma pessoa como eu que não se mexe há meses, e que sempre detestou correr, é qualquer coisa como: correr duas músicas seguidas, andar a terceira música até chegar ao estádio do Fulham, voltar para trás e recomeçar a correr na quarta música (que tinha 6 minutos, btw), e andar na quinta, já mesmo quase a chegar a casa. 

Não foi muito, mas para mim foi um grande feito, que espero repetir amanhã, todos os fins de semana, e quem sabe algum dia de semana, depois do trabalho.

Com isto tudo, já é domingo.