segunda-feira, 6 de maio de 2013

Adoro bank holidays

Os ingleses têm esta coisa boa de nunca terem feriados a meio da semana. Preferem sempre deixar os feriados para 2as ou 6as feiras, para não terem pessoas a querer fazer ponte a meio da semana e coisas do género. Para mim funciona lindamente porque ficamos sempre com fins de semana grandes para gozar.
Entrei no fim de semana em modo lento, depois de uma noite muito animada no barco da Joana. Fomos para lá depois do trabalho, comprámos vinho e appetisers para nos entretermos. Ainda que o dia tivesse estado bonito, e tivéssemos almoçado no parque e tudo, a noite apareceu fria e nem os casacos chegaram para grande coisa. Fomos para dentro já Camden estava a borbulhar, a preparar-se para a 6a feira. Conversas, risadas, vinho, disparates, quando demos por nós já passavam das 3 da manhã. 








Ao entrar no autocarro ainda me disseram vê lá não te deixes dormir! Ao que eu respondi ah, não te preocupes, mesmo que durma, acordo sempre antes de onde tenho de sair. Pois não foi o que aconteceu, e quando o motorista me foi acordar, já estávamos no final da linha. Entre risos lá me disse que me levava de volta até onde queria ir. Em vez de chegar a casa às 4 e tal, cheguei às 5 e meia, já era de dia, o céu estava azul e os pássaros cantavam.
Quando acordei, o dia tinha ficado cinzento, chovia e estava vento. Bloody London, pensei eu. Acabei por sair de casa apenas para ir ao supermercado e o resto do dia foi do sofá para a cama e da cama para o sofá.



Domingo a coisa mudou de figura. O dia amanheceu com um sol tímido, e as temperaturas iam ser amenas, perfeitas para sair de casa. O rumo foi Camden. No tube todo um mundo de pessoas que enchem sempre Londres nos fins de semana. Na rua, outro mundo de pessoas que estão à espera para ver os rapazes de cabelo em pé, os rasta men nos cantos, os mercados baratos, e a comida em cada esquina.
No meio das barracas de turcos, de sumos de fruta, de bolos caseiros e afins, encontrámos a barraca do NATA 28, uma barraca de portugueses que vendem pastéis de nata e café português. Foi essa a razão que me fez querer ir a Camden in the first place. Comprei uns pastéis com canela, mas o café ficou para outro dia. 


O almoço acabou por ser ali mesmo. O bom daquele mercadinho de Camden é que em todas as barracas nos oferecem amostras do que estão a fazer, de modo a conquistar o próximo cliente. O cheiro a comida boa por todo o lado é maravilhoso, e fico confusa. Polaco? Peruano? Paquistanês? Turco? Italiano? OMG, tudo é delicioso e tudo tem um aspecto que não dá para descrever. A escolha recaiu sobre o paquistanês. Uma espécie de wrap com chiken masala lá dentro, que coisa de bradar aos céus!

E depois deste banquete qual o melhor sítio para ir? Ao Real Food Festival, pois claro. Mais barraquinhas de todo o mundo, mais cheiro a comida por todo o lado, desta vez em Southbank, com vista para o London Eye. Sumos, queijos, gelados, chocolates, enfim.





Quase que odeio gostar tanto de comida. Porque se é para se gostar tanto de comida, não devíamos gostar de maneira igual de fazer exercício? Ou de pelo menos ter aptidão para tal. Argh!

Para acabar com a comida, seguiu-se o Gordons Wine Bar, mesmo do outro lado do rio, perto do festival. Uma garrafa de tinto, dois dedos de conversa, e um ligeiro atordoamento em pouco tempo. O Gordons é um sítio giro giro, com uma esplanada boa para o bom tempo, com uma carta de vinhos gigante à escolha, e coisas para picar nos entretantos. Um dos meus sítios preferidos até agora.



Mas não contentes com a garrafa de vinho, o dia foi terminado no The Crabtree, mesmo ao pé de casa, a beber pints e a aparvalhar mais um bocado.

Entretanto, tinha ficado combinado que hoje seria dia de ir ao zoo de Londres. Levantar cedo e ir até Camden outra vez, não só para tomar o pequeno almoço no mercado, como também para comprar umas t-shirts numa das muitas barracas que há na rua principal. 3 t-shirts por 10£ é mais do que um bom negócio. Comprei 6.




Hoje havia menos barracas de comida mas o cheiro continuava a perfumar toda a zona, e eu cheia de vontade de comer TUDO! A escolha hoje foi para uns cachorros polacos e um smoothie de fruta. Depois foi a aventura para encontrar o caminho para o zoo pelo regents canal. Andar para um lado, ajudar um senhor a passar com o barco dele, ver uma seta a dizer Kings Cross e voltar para trás. Quando voltámos a passar no mercado foi quando percebi que era só meio dia e tal, o que queria dizer que o cachorro polaco foi comido pelas 11 da manhã. Daí as poucas pessoas quando chegámos lá! Porque agora voltava a estar completamente apinhado de gente.



O zoo era então para o lado contrário e isso significava passar pelo barco da Joana. Como estava com o motor ligado, bati-lhe à porta e ainda ficámos ali um bocado à conversa. E depois mais passeio pelo canal em direcção ao zoo. Muitos barcos a passar, dos grandes de turistas, aos pequenos com senhores a tocar guitarra e a cantar, mas quase sem se ouvir.
Foi muito rápida a chegada ao zoo, mas a fila era de cerca de uma hora. Como foi bank holiday toda a gente aproveitou o sol e a temperatura boa para sair de casa, ir passear com os filhos e os cãezinhos.
O zoo ficou para outro dia, e metade da tarde foi passada em regents park, a apanhar solinho e a dormitar na relva.



Engraçado que, como o dia começou muito cedo, às 4 da tarde já me pareciam 7 e estava de rastos. É o espírito inglês a entrar em mim, de certeza.

O fim de dia foi passado em casa, entre ronha e fois gras, entre guinea fowl e mil folhas de maçã.



E amanhã? Amanhã já é 3a!


Sem comentários:

Enviar um comentário