segunda-feira, 10 de junho de 2013

Fim de semana do emigrante

Já andava com a ideia na cabeça há muito tempo, e este fim de semana não foi tarde nem foi cedo, agarrei em mim e fui dar um corte neste cabelo. A verdade é que queria muito deixá-lo comprido, e gosto muito de me ver assim, mas o cabelo estava tão estragado e sem vida, que o corte era inevitável. Caminho do Westfield, esperar uns bons minutos, conversar com a Tânia e a Lili antes e a meio do processo, e quando dei por mim tinha o cabelo pelo queixo. Um ar fresco para o verão (qual verão? Não sei bem. O que há-de vir, espero eu).



Depois de mostrar o corte à família, e depois de almoçar, decidi ir para o jardim apanhar sol. Como temos paredes de todos os lados, o vento que se poderia sentir e cortar o calor não apareceu, e consegui apanhar uma corzinha com a flatmate. Ela de biquini, eu de top e de calções. E depois de uma tarde ao sol, nada melhor do que dormir a sesta. Já não me lembrava de como era dormir no fim da tarde, com calor a bater no corpo. Soube bem, mas bem. Parecia mesmo que estava de férias em qualquer sítio mais solarengo que Londres.

Com a chegada de Junho, confesso que andava um bocado chateada por saber que não iria comer sardinhas, não iria ter bailinhos nem manjericos, nem marchas para cantar. Ainda por cima as festas em Lisboa são o mês todo de Junho, e é só ver pessoas no FB a porem imagens dos arraiais, dos balões, dos bailes, a escreverem a bica é linda!!, ou a dizerem que estão em alfama.
Foi então com muito agrado que soube que ia haver comemorações do dia de Portugal aqui em Londres. E mais contente fiquei quando soube que o cabeça de cartaz ia ser o Toy. OMG, que emoção (melhor só se fosse o Nel Monteiro ahahah)!

Combinei com as pessoas do trabalho, brasileiras incluídas, e fomos todos às festividades das comemorações do dia de Portugal (sim, que é hoje, mas como cá não é feriado, comemorou-se ontem). Assim que saí da carruagem do metro, o cheiro a sardinhas veio logo ter comigo. E assim que saí da estação, não só cheiro a sardinhas mas também fumarada por todo o lado. E ouvir falar português em todo o lado.


Em Kennington Park, milhares de portugueses, barracas para emigrantes, carroceis, pessoas a falar metade inglês e metade português, barracas de comida, carrinhas de gelados, um pequeno palco com o José Figueiras a apresentar os grupos de folclore e os duos de irmãos a cantar e a tocar órgão, e portugueses. Mas daqueles portugueses que fazem com que digamos olha que quando fores a Portugal os portugueses que vais encontrar não são assim, não tenhas estes como exemplo. Mas a verdade é que ali me senti em casa. E estava verdadeiramente contente de ali estar.



Depois de meia hora à espera para ser atendida, e depois de ser atendida pelo pior empregado que nos podia ter calhado, lá vieram as sardinhas, o chouriço, a cesta de pão e a sagres. E estava tudo muito bom.


Como em qualquer festinha portuguesa, não podia faltar a briga, e claro, mesmo ao nosso lado. E como em Portugal, ficou tudo parado em quase todo o recinto para ver o que se passava ali. 
O que me chateou no meio disto tudo nem foi a briga ali em cima de nós, foi a publicidade enganosa que dizia que as festas terminavam às 20, e às 19 já estavam as barracas todas a fechar, sem vender bebida, a despacharem a comida. E mais! Compra o homem uma passagem de avião para Londres para cantar para a comunidade portuguesa, e não deixam o Toy cantar mais do que música e meia? Enfim, ao som da estupidamente apaixonado, lá subi para cima de uma cadeira e cantei com o Toy a única música que ele veio cantar a Londres. E depois disso, o hino de Portugal. 



E assim, com cheiro a sardinhas na roupa e no cabelo cheguei ao fim do fim de semana. 

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